sábado, agosto 23, 2014

“Governo tem sempre muita pressa quando se trata de destruir a economia de Portugal”

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“Governo tem sempre muita pressa quando se trata de destruir a economia de Portugal”

Catarina Martins questionou a "pressa" do Governo para "destruir a economia" do país, referindo-se à marcação de um plenário extraordinário para reapreciação dos diplomas avaliados pelo Tribunal Constitucional. A coordenadora voltou a insistir na necessidade de uma sindicância para averiguar sobre eventuais fugas de informação no caso do BES.
Catarina Martins e Joana Mortágua reuniram com a Comissão de Trabalhadores dos CTT. Foto de Paulete Matos
"Este Governo tem sempre muita pressa quando se trata de destruir a economia de Portugal. Nunca se viu tanta pressa como agora: é preciso fazer plenários para ter mais cortes e portanto aprofundar o problema económico em Portugal, e isso naturalmente não é aceitável, não é disso que o país precisa", declarou Catarina Martins aos jornalistas na sede do Bloco, em Lisboa, depois de se ter reunido com uma delegação da comissão de trabalhadores dos CTT.
A coordenadora bloquista falava depois de se saber que o vice-presidente da Assembleia da República Guilherme Silva convocou para quinta-feira uma reunião da comissão permanente para a marcação de um plenário extraordinário, no qual serão reapreciados os diplomas avaliados pelo Tribunal Constitucional.
Catarina Martins lamentou que "um Governo que não teve de consultar ninguém, ouvir ninguém, para entregar quase cinco mil milhões de euros de dívida pública ao BES esteja agora tão preocupado com normas que não representam nem um décimo" desse montante.
Ainda sobre o BES, a coordenadora bloquista voltou a insistir na necessidade de uma sindicância para averiguar sobre eventuais fugas de informação sobre a matéria, demonstrando-se também disponível para uma comissão de inquérito parlamentar sobre a situação recente no banco e no Grupo Espírito Santo (GES).
Guilherme Silva, que substitui a presidente da Assembleia da República (AR), Assunção Esteves, que se encontra ausente, disse hoje à agência Lusa que convocou para quinta-feira às 15:00 uma reunião da comissão permanente da AR, seguida de uma conferência de líderes às 16:00.
Na terça-feira, os líderes parlamentares do PSD e do CDS-PP enviaram à presidente da AR um requerimento conjunto a solicitar a marcação de uma reunião da comissão permanente com o objetivo de agendar um plenário que possa reapreciar os diplomas avaliados pelo Tribunal Constitucional, relativos aos cortes salariais no setor público e à contribuição de sustentabilidade.
Bloco entende que venda da participação pública nos CTT é "perigosa" e "inaceitável"
"Os correios são um serviço público por natureza. A privatização dos correios, até agora, mostrou nestes sete meses uma degradação da qualidade do serviço que as populações sentem. O Estado vender o que resta, a participação de mais 30% neste momento, é algo que ninguém pode compreender, é perigoso e é mesmo inaceitável", declarou a coordenadora bloquista Catarina Martins.
Em junho, o Governo aprovou a privatização do capital que ainda detém nos CTT (31,5%), operação que deverá ocorrer através de venda direta institucional como "modalidade autónoma", a realizar via sindicato bancário ou por dispersão direta junto dos investidores.
Para o Bloco, setores estratégicos "essenciais" na economia portuguesa "não podem ser geridos por privados", e "os correios são um serviço assim".
"É particularmente grave que neste contexto o Governo queira agora aprofundar o erro retirando qualquer participação do Estado no capital dos CTT", disse Catarina Martins.
O Bloco foi também informado pelos trabalhadores da proposta feita pela administração dos CTT para o novo Acordo de Empresa (AE), que o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) considerou já "uma vergonha".
Na semana passada, os CTT - Correios de Portugal denunciaram o AE, tendo enviado uma nova proposta às 12 organizações sindicais representantes dos trabalhadores com vista ao início do processo negocial.
O atual Acordo de Empresa está em vigor desde 27 de abril de 2013 até 27 de outubro deste ano.

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